O mercado cripto amanheceu a segunda-feira com uma forte correção que representou a maior liquidação de 2025. Na madrugada de domingo para segunda, o Bitcoin, que vinha operando próximo aos 115 mil dólares, caiu até os 111 mil em menos de 30 minutos, resultando em mais de 1 bilhão de dólares liquidados em posições compradas.
Durante a segunda-feira, o total de liquidações no mercado ultrapassou a marca de 1 bilhão de dólares, afetando diversas altcoins que chegaram a cair mais que o próprio Bitcoin. Esse movimento está fortemente relacionado ao excesso de otimismo em torno do corte na taxa de juros do Banco Central americano ocorrido na semana passada, que estimulou muitos investidores a abrirem posições compradas. A queda serviu para capturar essa liquidez, resultando em uma correção brusca. É importante notar que a pressão foi concentrada no mercado cripto, já que bolsas globais e ativos como o ouro seguiram em máximas históricas. Mesmo com a magnitude das liquidações, o impacto no preço foi relativamente limitado: o Bitcoin caiu de 115 mil para 111 mil, mas rapidamente se recuperou para a região dos 113 mil dólares.
Diferente da última semana, marcada pelo corte de juros e pelo discurso do presidente do Fed reforçando preocupações com o mercado de trabalho e a inflação, nesta semana a agenda macroeconômica traz novos pontos de atenção. O destaque fica para sexta-feira, dia 26 de setembro, às 9h30 da manhã, quando será divulgado o PCE, principal indicador de inflação observado pelo Banco Central americano. Antes disso, ainda teremos o PMI na terça-feira à noite e o PIB do segundo trimestre dos EUA na quinta-feira. Como o discurso recente do Fed deixou claro que a inflação ainda é um fator relevante e que o mercado de trabalho vem perdendo força, esses dados podem definir o tom do mercado, principalmente se trouxerem surpresas que reforcem ou contradigam a atual expectativa de mais cortes de juros ao longo do ano.
Do ponto de vista gráfico, mesmo com a queda e a grande liquidação, o Bitcoin ainda sustenta uma tendência de alta. Ao longo de setembro, o preço avançou de 107 mil para 118 mil dólares e agora realiza um movimento de reteste de suporte. Essa região coincide com níveis de Fibonacci e topos prévios, o que dá ainda mais relevância ao patamar atual. Esse recuo pode ser interpretado como um pullback saudável após o rompimento da figura de ombro-cabeça-ombro invertido identificada anteriormente, reforçando que, até o momento, o movimento segue dentro de uma estrutura altista.
Em termos de sentimento, a grande liquidação da madrugada mostrou que ainda há espaço para o mercado absorver liquidez sem comprometer a estrutura de alta. A queda abrupta liquidou posições de forma massiva, mas não foi suficiente para gerar pânico generalizado. Pelo contrário, a recuperação rápida até os 113 mil dólares mostra resiliência, enquanto os indicadores de sentimento seguem próximos à neutralidade, ainda sem sinais de euforia. Esse equilíbrio abre espaço para que novas altas aconteçam, especialmente se o PCE vier abaixo do esperado, reforçando a visão de que a política monetária pode continuar afrouxando nos próximos meses.
Diante desse cenário, as estratégias precisam considerar tanto os riscos quanto as oportunidades. Para investidores conservadores, a região de suporte atual pode ser vista como ponto de observação, aguardando confirmações do PCE antes de ampliar exposição. Já para investidores mais agressivos, a liquidação recente pode ter gerado uma oportunidade de entrada em meio à correção, com alvo novamente na região dos 118 mil dólares e, em caso de rompimento, buscando patamares superiores. O ponto central é manter atenção ao calendário macroeconômico desta semana, pois qualquer surpresa nos dados de inflação ou crescimento pode redefinir expectativas e trazer volatilidade de curto prazo.
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