O mercado de ETFs cripto voltou a mostrar uma clara disparidade entre Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH). Na terça-feira, 2 de setembro, os ETFs à vista de Bitcoin registraram US$ 332,7 milhões em entradas líquidas, liderados pela Fidelity (FBTC) com US$ 132,7 milhões e pela BlackRock (IBIT) com US$ 72,8 milhões.
Em contraste, os ETFs à vista de Ethereum sofreram saídas de US$ 135,3 milhões no mesmo dia, com destaque negativo para a Fidelity (FETH), que perdeu US$ 99,2 milhões, e a Bitwise (ETHW), que reduziu sua posição em US$ 24,2 milhões, segundo dados do SoSoValue.
Atualmente, os ETFs já detêm 7% de todo o suprimento de Bitcoin, com a BlackRock sozinha controlando 746.810 BTC, equivalente a 3,7% do total, avaliados em cerca de US$ 82,7 bilhões. O movimento reforça a percepção de que o Bitcoin segue sendo visto como “reserva digital” pelos grandes players institucionais.
A comparação direta mostra um contraste marcante: enquanto agosto foi excepcional para o Ethereum, que atraiu US$ 3,87 bilhões em entradas líquidas, o Bitcoin sofreu saídas de US$ 751 milhões no período. O retorno da dominância do BTC pode estar ligado ao aumento da incerteza macroeconômica global, com investidores preferindo um ativo com maior clareza regulatória e mais reconhecido como “ouro digital”.
Apesar das recentes saídas, o Ethereum segue central para o ecossistema cripto, sustentando dApps, contratos inteligentes e a tokenização de ativos. O revés atual reflete, sobretudo, a maior incerteza regulatória em torno da sua possível classificação como valor mobiliário nos EUA, algo que não afeta o Bitcoin.
Ainda assim, analistas afirmam que essa reversão não deve ser interpretada como perda estrutural de relevância do ETH, mas sim como uma mudança temporária de fluxo institucional diante do cenário macroeconômico incerto.
Com o novo fluxo de capital, o Bitcoin voltou a subir mais de 2% em 24 horas, cotado a US$ 111.630 em 3 de setembro. O ativo tenta reverter a tendência de baixa das últimas duas semanas, mas traders permanecem cautelosos: setembro é historicamente um mês fraco para o BTC.
De acordo com dados da Coinglass, o mercado monitora de perto a faixa crítica entre US$ 110.000 e US$ 111.000, com mais de US$ 17 bilhões em risco de liquidação caso a criptomoeda ultrapasse os US$ 112.000.
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