*Renata Mancini, head de compliance, risco e governança da Ripio
Nos últimos anos, o mercado cripto atravessa uma transformação estrutural no cenário corporativo. O que começou como movimentos pontuais de diversificação de tesouraria, hoje já se consolida como uma tendência global. A aprovação dos ETFs à vista de Bitcoin e Ethereum, em 2024, representou um divisor de águas para a criptoeconomia. Apenas no primeiro ano de operação, os ETFs de Bitcoin movimentaram mais de US$ 643 bilhões, segundo dados da The Block, impulsionando a entrada de capital institucional no setor. Atualmente, cerca de 1,3 milhão de BTC estão alocados em tesourarias públicas e privadas, consolidando a legitimidade do ativo e acelerando a expansão das chamadas Bitcoin Treasuries.
Até junho de 2025, mais de 100 empresas listadas em bolsa já detinham Bitcoin em suas tesourarias — um salto expressivo frente às 32 de 2023 e às 64 de 2024. Casos como o da Strategy, com uma posição histórica de 592 mil BTC avaliada em cerca de US$ 71 bilhões; do Mercado Livre, que incorporou Bitcoin e Ethereum às suas reservas; ou da Méliuz, que adquiriu recentemente 9,01 Bitcoins por R$ 5,5 milhões, passando a deter 604,69 Bitcoins, ilustram como setores distintos adotaram a mesma tese: o criptoativo como reserva estratégica de valor, com potencial de proteger contra a volatilidade e, ao mesmo tempo, gerar impacto positivo nas ações das companhias.
Essa transformação não está restrita às empresas. No Brasil, bancos de grande porte, como Nubank, BTG Pactual, Itaú, Banco do Brasil e Inter já oferecem produtos e serviços ligados à cripto. Esse movimento confirma que não estamos diante de uma iniciativa isolada, mas de uma mudança de longo prazo que reposiciona o mercado financeiro. A expectativa é que, até 2027, praticamente todos os grandes bancos tenham integrado serviços cripto às suas plataformas.
Nesse contexto, a regulação desempenha um papel determinante. Avanços recentes no Brasil, com a Lei nº 14.478/22 e o Decreto nº 11.563/23, definiram as bases para um mercado mais seguro, com o Banco Central assumindo a supervisão do setor. As consultas públicas conduzidas pela autoridade monetária, com ampla participação de empresas e associações, sinalizam que até o final de 2025 teremos as primeiras regras oficiais em vigor — um marco que trará maior clareza, confiança e previsibilidade para investidores e companhias. Nos Estados Unidos, iniciativas como o CLARITY Act e o GENIUS Act também caminham para oferecer diretrizes mais sólidas para o setor. Esse avanço regulatório não freia a inovação, mas cria condições para que ela se desenvolva de forma sustentável, equilibrando proteção ao consumidor e estímulo ao crescimento.
Na Ripio, temos acompanhado esse movimento de perto por meio da nossa vertical B2B, a Ripio Business, que já apoia mais de 2 mil empresas em diferentes países na integração de ativos digitais em suas estratégias de tesouraria e em plataformas financeiras. Casos como Mercado Pago, no Brasil, México e Chile; IOL, na Argentina e OCA Blue, do grupo Itaú Unibanco Holding, no Uruguai, mostram como a infraestrutura robusta e escalável da Ripio viabiliza a expansão segura de serviços cripto, permitindo que companhias naveguem nesse novo cenário com tranquilidade e dentro das melhores práticas de compliance.
O contexto de mercado está favorável. O Bitcoin alcançou, em agosto de 2025, um novo máximo histórico, superando US$ 124 mil, com uma valorização de 154% entre os períodos de agosto de 2024 e o mesmo mês deste ano, e pode ultrapassar os 200 mil dólares nesse ciclo. Esse desempenho, sustentado pela entrada contínua de fluxos institucionais e pela resiliência do ativo mesmo em contextos macroeconômicos adversos, reforça sua consolidação como reserva de valor global. Ao lado do avanço regulatório, dos ETFs e da inovação trazida pela blockchain, fica claro que a integração de criptoativos às estratégias empresariais não é apenas uma tendência, mas uma nova era para as finanças globais — em que regulação e inovação caminham juntas.
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